O ANO NOVO
(em parceria com José Giordani)
Súbito, tudo ficou para amanhã,
no ano novo. Surpreso, olhei prá ti.
Nem me havia livrado da noite malsã
e tudo já era o dia em que parti.
No ano novo pouco sabia de mim,
muito menos de nós. O ano de antes
me dizia coisas de um ficar sem fim,
coisas que se imagina importantes.
Mas não. Na véspera, morrera o ano
de uma história e eu nada sabia
de mudar: era ateu, poeta e profano.
Era teu. Discreta, no ano, apenas cabia
a crença inocente de um doce engano
ocultando o real, o que eu nunca via.
(em parceria com José Giordani)
Súbito, tudo ficou para amanhã,
no ano novo. Surpreso, olhei prá ti.
Nem me havia livrado da noite malsã
e tudo já era o dia em que parti.
No ano novo pouco sabia de mim,
muito menos de nós. O ano de antes
me dizia coisas de um ficar sem fim,
coisas que se imagina importantes.
Mas não. Na véspera, morrera o ano
de uma história e eu nada sabia
de mudar: era ateu, poeta e profano.
Era teu. Discreta, no ano, apenas cabia
a crença inocente de um doce engano
ocultando o real, o que eu nunca via.