Vida, vida minha

A vida não é, como antes sentia, um mar de rosas,
Em que flutuamos, plácidos, como se de almirante,
Julgando que as tormentas fossem, só por instante,
Passageiras e não constantes, sabendo-a airosa.

Dela desfrutamos e vivemos, a cada vão momento,
Sentindo-nos eternizados por este amor imenso,
Como se deuses no Olimpo, inatingíveis, infensos
Às agruras que assediavam tão puros sentimentos.

Vida minha, onde e quando perdemos, no entanto,
Diga-me, em que recanto deste imenso universo,
Desfez-se o encanto de meu terço, de meu canto,

Para que lá então retorne, àquele fatídico instante,
Em que nos separamos e, envolta em meus versos,
Te acolha nos braços e amemo-nos como antes.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 05/01/2015
Reeditado em 12/01/2015
Código do texto: T5091645
Classificação de conteúdo: seguro