Semblante ao Vento
Caí muitas vezes num Mar inumano de esgoto
Ou, feito o lenço que outrora secou incansável,
As lágrimas incontáveis do peregrino rosto
Deslapidado em solo da pauliceia inexpugnável.
Não sei contar histórias bonitas, nem de conde.
Mas sei falar dos olhos alvacento – me lembro –,
Encurralado atrás donde o submundo esconde,
Eis que espreitava a captura de uma fronte, atento,
“O quotidiano”, à espera de um menino virginal
Vil e fácil a má lição instruída nas esquinas
Ao fim de trocar a escola pela bíblia marginal.
Mas soprou pra bem longe tal sofrível tempo...
E alado ao peito velo em túmulo aberto
O pó que restou deste semblante ao vento.