Chão de vento
São tantas as folhas secas,
Que já me sinto sem raiz.
Sou uma ilha, uma pequena letra.
Furtada de uma palavra, sou infeliz.
Perdi meus galhos com a chuva.
O Sol já não vejo mais.
Os Trovões tiraram-me a paz.
Nuvens negras taparam a visão de um romance.
A hematose pulmonar entrou em desequilíbrio constante.
E agora? Tanto faz...
Na terra que não é mais frutífera, meu estado sólido no passado foi calor.
No gelo da lembrança, minhas dúvidas, mas na saudade o amor.
Nada nasce, nem cresce o sentimento.
Covardemente uma alma fria fez de mim um chão de vento.