HOMEM-BARRO

A chuva violenta se suicida contra janelas, galhos e chão

Tudo que está acima, está abaixo, ciclo e reflexão

Escorre pelas ruas, empoça, correnteza

A água esconde fúria na beleza

Nem sempre ela circunda o obstáculo

Um rio pode cavar a pedra

E assim, criando cavernas

Um lago que reflete o sol também é escuridão

Mares e oceanos dentro dos seus olhos

Varrendo vilas costeiras, chuvisco sobre a serra

Nós somos ela, redemoinhos de emoções

Perdendo-se dentro de nós ela flui

Circulando através do coração se transforma em sangue

E faz de nós, seres meio líquidos, meio sólidos, feitos do mangue

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 04/01/2015
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