Catarata da Tristeza
Eu quero desta vida uma nascente
Tenaz corrente mas de paz de louro
Cruel o tempo fugaz, corroi o ouro
O amor, maior tesouro, é permanente
Eu quero desta vida indiferente
Fluir de minha nascente mais tesouro
Que o tempo é cruel, é matadouro
Dos sonhos que anseias no presente
Mas não se turbe as farpas desta vida
E lave em minhas águas suas feridas
Deixa partir as mágoas a correnteza
Que seja esse um rio de amargura
A resguardar do mundo, a desventura
Desolada catarata da tristeza