PECADOR
Sei dos lugares aos quais não pertenço
Vou como um santo à terra do pecado
Onde os vulgares, de hábito, sem senso
Estranham o manso e logo estou cercado
Sim, vou de branco à terra do dissenso
Cruzo estes mares, e sigo isolado
Ainda avanço sob o calor intenso
Chego aos altares onde sou imolado
Não tenho poder, sou um indivíduo
Pobre, sem ouro, e assim frustro os bandidos
De dentes podres, sem qualquer resíduo
De amor, mas porque estou entre esta gente?
Tenho pecados, em mim reprimidos
Venho até o inferno feito um penitente