O vento e os astros
Sobre o vasto Cosmos já dimana o vento
Já se derrama em sua cólera nos astros
E se espalha quase tonto pelos rastros
D'explosões de tanta estrela em tormento
Quase bêbado em lilases nebulosas
Vai o vento - não se sabe de onde veio
Contorcendo-se em pegadas de volteio
De cabeças de cavalo revoltosas
Venta, volta! Vai, veleja, vento-em-vão!
Quanto mais rodeia essa constelação
E revolve-se ao seu útero retorna
Pasmam todas criaturas do vazio
Que banharam-se em seu voo arredio
Semeando toda a vida que se amorna