O MEU QUARTO

Mesmo que, no meu quarto, o frio impere

E a porta se abra à custa de meu fado,

Tenho as paredes como amigas, dado

O meu convívio à solidão que fere.

E se me vejo só, fugaz e célere,

Meus pertences e cama lado a lado,

Os afagos e beijos, meu passado,

Meu presente e porvir, tudo difere.

Mais um rangido... à porta entreaberta

Surge em passos suáveis - e eu desperto -

Alguém me oferecendo uma coberta.

E beijo suas mãos dóceis e parto

E minha mãe que ora por mim, decerto,

Deixa pra minha volta, pronto, o quarto.

Roberto M Braga
Enviado por Roberto M Braga em 26/12/2014
Reeditado em 10/04/2022
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