Soneto do Amor Supremo
Que é amar a bruma e os cafés
Que significa a minha filosofia e fé,
Se não te vejo por entre os ventos
Ao longo do nosso roto tempo.
Que é erguer-se todo o dia
No brutal chicote da idade,
Se não te tenho, toda pia,
Lânguida, deixando-me à calamidade.
Teu beijo venceu minha hidra,
Tua pele com a minha, fecha a ferida,
Anjo, tu és pedra !
Toco a milonga dos teus olhos
Danço ao teu ritmo, não nego
Dispo-me das defesas e da roupa, me entrego.