INSTINTOS PREDADORES

Engulo gatos bravos de unhas finas

que descem lacerando-me a garganta

e as viscerais verdades mais felinas

e arranham meu furor, que se agiganta.

Depois escarro verbos crus, infames

no intuito de estancar o sangramento

que os gatos com espinhos nos pelames

me cravam sobre carne e sentimento.

Em meio aos verbos, cuspo os gatos brutos

de volta ao ar do mundo, aos seus redutos,

babando suas ganas de agressores.

E o que é razão se curva em tais batalhas

que travo a unhada e verbo assim navalhas,

expondo meus instintos predadores.