O Parto
 
 
Parto sem honras e sem prestígio do bom parto!
A parteira descuidada não cuidou da primeira
Pele surgida e cortou-a sem o cuidado que repele
A circuncisão circundante da vida do nobre embrião!
 
Na travessia do mundo sem fim, eu vi o fim da dinastia
Alavancada pelos descuidados larápios da Esplanada!
Parto que não os mata de “cólera” nem de agudo infarto
Assim, todos viveriam, da criança à vida do sem fim!
 
Pobre de mim que nasci e vi como poupar o cobre
Afastado o dom de ser nobre; fiquei com o adequado...
Parto sem levar nada que cá me trouxe no sobreparto...
 
Parteira que me fez ser vivente; sem eira nem beira...
Terras! não as tive nunca! vida que se vai sem guerras...
Vida que veio no meio de sátrapas; morta! sem orgulho e ferida!
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 22/12/2014
Reeditado em 22/12/2014
Código do texto: T5077897
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