O ateu II

Dentro do coração a inquietude;

Na mente os pensamentos sempre alheios;

Por fora a confiança na atitude,

No fundo uma fagulha de receios.

Na infância a ingenuidade, a plenitude

Da aceitação comum, sem devaneios...

A dúvida nasceu na juventude,

Querendo compreender os fins, os meios...

Cresceu sem fé, sem crença, indiferente;

Perdido em labirintos fugidios;

Sem ter qualquer certeza inconsequente.

E assim, nos seus momentos tão vazios,

Não tinha a quem orar nas noites quentes

Nem quem a se agarrar nos dias frios...

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 20/12/2014
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