O ateu II
Dentro do coração a inquietude;
Na mente os pensamentos sempre alheios;
Por fora a confiança na atitude,
No fundo uma fagulha de receios.
Na infância a ingenuidade, a plenitude
Da aceitação comum, sem devaneios...
A dúvida nasceu na juventude,
Querendo compreender os fins, os meios...
Cresceu sem fé, sem crença, indiferente;
Perdido em labirintos fugidios;
Sem ter qualquer certeza inconsequente.
E assim, nos seus momentos tão vazios,
Não tinha a quem orar nas noites quentes
Nem quem a se agarrar nos dias frios...