O BEIJO JUDEU NA CEIA FAMILIAR
Olhando o jantar e a família, a gente sente a alegria
Da abertura dos presentes, da gente a falar
Folgada no dissimular e hermética na heresia
Inconsciente de uma alegoria natalina nuclear.
Soltar o riso esperado na hora da ironia
Da descrição da personagem, caiada de ansiar
Na expectativa enjoativa da cantoria
Viva de elogios que brilham por falsear.
Domínio do espetáculo mais conveniente
Tem aquele de ares sérios e de risos não sorridos
Pela dor retranspassado na cruz entorpecente;
De olhar acelerado, enxerga além do dito
Alcança a palma da língua maledicente
E almeja com rancor o fim do rito.