Soneto ao murilograma
A Murilo Mendes
O Céu perene em fúria de inflação
Abriga o som do mínimo ao sintético
Se pelo corte, rachadura exótica,
Um membro cego espelha o singular.
É o começo mecânico, este lixo
Em rotação após a negra era.
O quente no ultraleve, a luz: unidos.
São filhos do soluço que dilata.
Foi a trindade, foi o Multiverso.
Teoria do silêncio resolvido,
O calvo no irreal, no surreal.
Vejo o pólipo, calço o que restou
Do eterno, da conversa não findada.
Talho o tempo de andar, tudo é parado.