Não permita,Senhor,que eu perca o foco
de novo e seja,por tão pouco,fraco
de não vê-lo ao meu lado ou no que toco,
por resquício do real não mais que caco.
Pois lá fora é a certeza do sufoco
que reduz a verdade a mero naco
ou esmola em discurso o mais inócuo,
não permita,Senhor,que eu desça ao vácuo.
Que o belo eu possa agora em verso à boca
e espada à destra e não por moeda em troca
ou dolo pelo que é banal,não fica.
Que o senso claro em tudo que não peca
absorva essência e seiva e até na seca
exalte o amor que eleva e dignifica.