Sem Asas.


 
Tua ode alheia escrevia...
Sequioso das palavras
Aplacando a sede a lia,
 
Era assim nosso diálogo
Nas unas letras diáfanas
Que nas páginas escorria...
 
Hoje, mouco monólogo vaga,
Ziguezagueia a minha mesa
Cego, coxo, sombrio, sem asa
A minha razão erma delindo.
 
Pluma úmida de cabal tristeza
Parca pena, inda resta indo
Perambulando a escrivaninha
Nos alvoreceres vai-se... Findo.
 
 
Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 15/12/2014
Reeditado em 15/12/2014
Código do texto: T5070622
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