Não somos nada
Corpos caídos, almas destruídas;
Fatais abismos e infernais tormentos.
Nossa custódia são cruéis eventos
Entre os eventos das funéreas vidas;
Os nossos sonhos, noites mal dormidas;
As nossas ganas, poses de lamentos;
Os nossos planos, folhas para o vento;
Nossos amores, dores desmedidas.
Somos precários. Tu não vês, amigo
Que o separar das mães, que é desde o umbigo,
É nossa morte vindo fracionada?
Somos o pó dos pés de quem morreu.
Quem és aqui, e quem aqui sou eu?
Cala essa boca. Nós não somos nada!