DEPOIS O SOL
Depois o Sol veio na verdade veio encontrar,
Numa tremenda e solida e pérfida solidão...
Enquanto o Vento está mesmo a chorar,
Escondido no seu lindo e belo salão.
Ás vezes a chuva nos vem mesmo gritar,
Como bátegas de goma e de alcatrão...
Na noite de breu, mesmo a sério a berrar,
Dentro do seu grande e singelo colchão.
O Vento dorme num grande sossego,
Na cambraia da noite,no desemprego
Enquanto a solidão está mesmo completa.
Por vezes,lá vem a tarde sôfrega e mansa,
Na paz doce, que não mesmo se cansa...
Porém, o Sol beija a lua mesmo de muleta.
ANTÓNIO MEIRELES COSTA
TERÇA, 09 DE DEZEMBRO DE 2014