ESCOMBROS
Lílian Maial
Partiu da minha boca este cometa,
riscou o céu da tua e se perdeu.
No rastro do teu beijo, uma ampulheta
escoa o nosso tempo: areia e breu.
Os restos soçobraram na sarjeta,
nos versos que o meu peito descreveu,
e a boca deu à luz a borboleta,
nas cores que a rotina se esqueceu.
O meu vociferar feriu teu sonho,
palavras de um roteiro tão medonho,
de um filme que congela até os ossos.
Pois deixa-me vagar na poesia,
na solidão do verbo, na agonia
de ter que conviver com meus destroços!
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Lílian Maial
Partiu da minha boca este cometa,
riscou o céu da tua e se perdeu.
No rastro do teu beijo, uma ampulheta
escoa o nosso tempo: areia e breu.
Os restos soçobraram na sarjeta,
nos versos que o meu peito descreveu,
e a boca deu à luz a borboleta,
nas cores que a rotina se esqueceu.
O meu vociferar feriu teu sonho,
palavras de um roteiro tão medonho,
de um filme que congela até os ossos.
Pois deixa-me vagar na poesia,
na solidão do verbo, na agonia
de ter que conviver com meus destroços!
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