Duas crianças
Vamos! Caminhemos numa toda pressa
através da mata, já chegam as sombras
da noite e a lua como em macia alfombra
vai pisando as folhas em delicada cresta.
Ouves, pequena, nos galhos o agouro
da coruja e o cicio do vento no arvoredo?
Falemos baixo; acatemos o segredo
desse paraiso imenso, nosso milenar tesouro.
Vem, criança! Nossa casa está bem perto;
se tens medo, junta as mãozinhas e reza,
aperta no peito teu santinho consagrado!
Em casa nossa mãe está aflita, é certo,
suplica no altar com a vela acesa
e vovó já está cortando o bolo assado.