SONETO – IV
O meu olhar se perdeu ao enxergar
Uma imagem terrível e muito fabulosa,
Vi mistérios nessa visão nebulosa
Que fizeram a minha vista envesgar.
Nesse sonho, sozinho tentei me desapegar
Desse assombro de certeza duvidosa –
A vida fustigada se torna ruidosa...
Tive medo sim, mas, tal visão quis pegar!
Vi muitos querubins dourados,
Anjos sem asas, demônios pendurados
Na parede desse louco e curto pesadelo.
Mãos sobre o peito, pra ninguém eu sirvo de modelo –
Segredos revelados em gritos terríveis...
Sonolento, cochiladas curtas, visíveis!