SONETO – IV

O meu olhar se perdeu ao enxergar

Uma imagem terrível e muito fabulosa,

Vi mistérios nessa visão nebulosa

Que fizeram a minha vista envesgar.

Nesse sonho, sozinho tentei me desapegar

Desse assombro de certeza duvidosa –

A vida fustigada se torna ruidosa...

Tive medo sim, mas, tal visão quis pegar!

Vi muitos querubins dourados,

Anjos sem asas, demônios pendurados

Na parede desse louco e curto pesadelo.

Mãos sobre o peito, pra ninguém eu sirvo de modelo –

Segredos revelados em gritos terríveis...

Sonolento, cochiladas curtas, visíveis!

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 06/12/2014
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