AO POETA MEIO SONETO BASTA!

Gira a roda que atropela a existência

Onde a sobrevivência agoniza a se calar,

Gira a roda de velhacos portfólios

Da engranagem, que sem óleo, só claudica a girar.

Gira o mundo de abjetos submundos

Dos leilões das consciências!-quantas mãos a maquinar,

Lance às dores que sucumbem pela Terra

E dum chão que mina guerras, quantos sangues a jorrar...

Num chão vermelho de promessas fabricadas

De chantagens planejadas!- gira a roda a leiloar

A esperança que vomita um chão imundo

Onde a vida é reduto condenada a acreditar.

Gira a roda resistente a toda prova!

Mesmo à falsa derrota da verdade a triunfar.