Que me apedreje...
Edir Pina de Barros
Dialogando com Augusto dos Anjos
Que me apedreje a mão que foi um dia
a fonte de carícias, de prazeres,
que teve sobre mim vitais poderes,
e agora só me causa essa agonia.
Que me apedreje! Cause-me sofreres!
Produza, dentro em mim, mortal sangria,
estrangulando o amor que tanto cria,
pois assim mesmo são humanos seres.
A mesma mão que agora está erguida,
de tudo, dos candores esquecida,
mais se parece o relho de um feitor.
Pouco me importa, sim, que tudo finde,
a minha taça eu ergo e faço um brinde,
em nome do passado desse amor.
Brasília, 2 de Dezembro de 2014.
Absinto e Mel, página 68
Sonetos selecionados, pg. 117
Edir Pina de Barros
Dialogando com Augusto dos Anjos
Que me apedreje a mão que foi um dia
a fonte de carícias, de prazeres,
que teve sobre mim vitais poderes,
e agora só me causa essa agonia.
Que me apedreje! Cause-me sofreres!
Produza, dentro em mim, mortal sangria,
estrangulando o amor que tanto cria,
pois assim mesmo são humanos seres.
A mesma mão que agora está erguida,
de tudo, dos candores esquecida,
mais se parece o relho de um feitor.
Pouco me importa, sim, que tudo finde,
a minha taça eu ergo e faço um brinde,
em nome do passado desse amor.
Brasília, 2 de Dezembro de 2014.
Absinto e Mel, página 68
Sonetos selecionados, pg. 117