EU SEI QUE AS VAGAS FICARÃO
Batem sentidas vagas lá no mar
Debruçam-se ao chão, vagas sentidas...
Talvez as vagas queiram provocar
Em mim a ilusão de terem vida.
Sorriem as vagas; e eu ainda estou mudo,
As vagas vão brincando murmurantes,
Falam comigo as vagas quase tudo,
Não dispensam o humor em seu semblante...
Sinestésicas vagas tão simpáticas
Cheiram com suas línguas provocantes
A minha vida ali sóbria, apática.
E as sentidas vagas seguem adiante
Tentando disfarçar a sua prática
De ser eternas vagas, e nós vagantes.