O andar vazio
Caminha como um sopro a mesma chaga
De antes. Volátil couro que de tão
Mumificado em berço, gargalhava
Por entre as trilhas de entender o sêmen
Do estrito filho. Junto a esta cadência
Fugidia: o amigo elementar.
Caminha sem ouvido, alma de mogno,
Que a vida o permitiu assim obtuso.
Te peço, amigo, entre entidades tuas
que se estreitam redondas pelo suor
de um bardo, resistentes e acolhidas,
Observa este reflexo, e então observa-te
incolor e fundido, espaço imenso.
Depois caminha, interno, para longe.