PUNGÊNCIA

Não és digna do pranto derramado
A félea solidão, contudo, é forte
Pungido, o coração está sem norte
As noites passo em claro angustiado

Podendo, com certeza escolheria
Não dedicar meu puro sentimento
A quem me causa dor e sofrimento
E num jazigo quer minh'alegria

A tua indiferença é meu suplício
Se um dia me curar de ti, meu vício
Meus olhos outra vez terão flamância

Não nego que padeço de saudade
Mas quero me livrar da crueldade
Que é conservar em mim tua fragrância