SONETO EM RESIGNAÇÃO
Não foi o amor que morreu, foi o encanto
De aos poucos em nós... Fugaz... Silente...
E que, emudecendo abruptamente,
Transformou-nos o riso em pranto.
Foi de alma... Pra alma... O confronto
De nada nos ser como em antigamente.
Foi o desejo... - Em outrora ardente -
Agora morrido, sem giro... Em espanto.
Foi-nos a ânsia de querer... - Morrida -
A angústia nas faces... - Esculpida -
... Pelo nada de nós que restou.
E há de ser... Sem mágoas, sem dores,
Sem desventuras... Sem dissabores...
... A certeza apenas que tudo acabou!
Puetalóide
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Nova Aurora
Queda-me a alma inda'starrecida
Chora-me o peito em dor inclemente
Não foi amor o sonho de uma vida?
Foi ilusão pura e simplesmente?
Achava-me tua musa mais querida...
Pedia a Deus por nós tão insistente
Que nos mostrasse a face refletida
De seu grande amor no amor da gente.
Em meu peito faz-se o pranto agora
Tristeza faz-me a alma em desencanto
À dor de findo amor que foi embora
As noites, com pesar carregam as horas
No tempo de nós tirou o encanto
Só rogo a Deus: me dê uma nova aurora!
Nina Costa
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SURGINDO O AMOR
Não foi o encanto, Poeta, que faleceu,
Findou na verdade toda a ilusão,
Não era amor, só chuva de verão,
E assim aos poucos ela feneceu.
Poemas que inspirado, ele escreveu,
Tanto carinho, ternura e expressão,
Que se imaginava vir do coração,
Eram uma miragem, não sobreviveu...
E todo o desejo, toda atração,
Falsamente maquiada de ardor,
Foi tristemente se descolorindo.
E fiquei em paz, tranquila, sorrindo,
Porque eu vi a verdadeira afeição,
Em outro coração; surgindo o amor!
Adria Comparini