Gravura da Desdita

Gravura da Desdita

(Soneto)

Sou da desolação, essa rameira!

É desequilibrado todo o passo,

Que já não faz sentir nenhum embaço

A meu olhar com triste choradeira!

Nunca compreendi o meu espaço,

Qual é o meu lugar nesta cimeira.

Porque só escuto a voz da cantadeira,

Que me gorjeia o Fado do fracasso?

Porque estou condenado à desventura,

Se enfrento as tempestades com bravura,

Se nada do que avisto me estremece?

Diz-me ó Sagrado Deus, da tua altura!

Porque a desdita existe na gravura,

Onde meu nome surge ou aparece?

André Rodrigues 27/11/2014

Dom Poeta
Enviado por Dom Poeta em 27/11/2014
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