Soneto Sonhado

É bem depois que o sol desmaia lento

Por de trás da Serra do Curral sem boi.

As janelas já estão fechadas pelo o vento

E a noite abraça o brilho do dia que já se foi.

É daí que anoiteço e adormeço meu corpo e invento

Pensamentos pra mentir qualquer coisa de nós dois.

Mas o sono é guardião, fujo dele a todo momento.

Porém, não aguento! E ela me surge logo depois.

Me surge leve como um lenço no ar,

Sutilmente rodopiando e desfilando na passarela;

Toda menina, toda mulher, perfumada e linda.

No meu sonho de asas, abro espaço pra ela passar

Me embriago, me entorpeço e bato palmas à ela

Para que saibas que aqui sempre és bem vinda.

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 28/05/2007
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