Soneto Sonhado
É bem depois que o sol desmaia lento
Por de trás da Serra do Curral sem boi.
As janelas já estão fechadas pelo o vento
E a noite abraça o brilho do dia que já se foi.
É daí que anoiteço e adormeço meu corpo e invento
Pensamentos pra mentir qualquer coisa de nós dois.
Mas o sono é guardião, fujo dele a todo momento.
Porém, não aguento! E ela me surge logo depois.
Me surge leve como um lenço no ar,
Sutilmente rodopiando e desfilando na passarela;
Toda menina, toda mulher, perfumada e linda.
No meu sonho de asas, abro espaço pra ela passar
Me embriago, me entorpeço e bato palmas à ela
Para que saibas que aqui sempre és bem vinda.