Mal passageiro
Ao viver-se no júbilo da vaidade,
No qual a juventude é uma mola,
Vive o ser humano uma vida tola,
Em vez de praticar só sã bondade.
Mas alguns fazem dela sua escola,
Não sentem que é grande maldade,
Desgastar a vida sem uma verdade,
Como ruins acordes em uma viola.
Sabemos que a vaidade é efêmera:
Ao brotar, de dia, a rosa é tão linda,
E assim por quase todo o dia será.
Mas chega a tarde e a beleza finda,
E a ruína da vaidade é sua têmpera,
E para isso já não há mais emenda.