Ponto de espera
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"...O amor em seu carvão
Foi me queimando em brasa num colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você..."
(Ana Carolina)
Morro todos os dias um pouco mais,
me perco nos caminhos, nos desvios,
lavo os olhos em sofrimentos de cais
e mareio pela vida afora, sem os rios.
Louca, louca de doer por tanto sentir,
por esperar a maresia dessas tardes,
por querer o desaguar sem o desistir
do encontro das águas sem os alardes;
sem os trovões, os relâmpagos do olhar,
sem o caudaloso da dor no vasto peito,
sem o barco à deriva do meu sonhar;
insana à perder, náufraga em meio a dor,
perdida nas águas escorridas por dentro,
mas ainda viva, por acreditar no amor.