Singeleza

Não quero o teu amor, que é tão complexo,
envolto em brumas de paixão doentia,
que a minha essência nunca enxerga, espia,
e que, entre nós, procure o elo, o nexo.
 
Ah! Pobre amor que se resume a sexo!
Jamais alguém assim suportaria...
Não vês que necessito de poesia
em cada olhar, em cada beijo, amplexo?
 
Eu quero amor singelo e passarinho,
e que aconchego busque no meu ninho,
que tenha o encanto e a luz da natureza.
 
Preciso, e até demais , de tais candores
da candidez imensa, dos amores,
que viçam nos jardins da singeleza.
 
Brasília, 19 de Novembro de 2014.

Absinto e Mel, página 87
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/11/2014
Reeditado em 06/08/2020
Código do texto: T5041206
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