A ÚLTIMA PITANGA
Certa vez uma garotinha contou-me uma história,
E, com ar de brincadeira pediu-me que eu escrevesse
Algo a respeito, e também brincando eu escrevi. Ficou
mais ou menos assim.
Eis-me aqui, sou a última pitanga,
Nascida desse galho quase seco
O orvalho me deu vida neste cerco
Assim raquítica, ainda uma tilanga.
Mas não me importo, ainda estou viva,
Por ter crescido entre os pés de manga
Entre arames também fui protegida
Agora tu vens me pega e arranca.
Não faz mal, eu já ia ser atingida,
Pela estação de vento que emana,
As chuvas, tempestades e alarida.
Se me espocares por ente os teus dentes,
Por ti eu não ter sido guarnecida,
Sou tilanga, destrua minha semente!