A ÚLTIMA PITANGA

Certa vez uma garotinha contou-me uma história,

E, com ar de brincadeira pediu-me que eu escrevesse

Algo a respeito, e também brincando eu escrevi. Ficou

mais ou menos assim.

Eis-me aqui, sou a última pitanga,

Nascida desse galho quase seco

O orvalho me deu vida neste cerco

Assim raquítica, ainda uma tilanga.

Mas não me importo, ainda estou viva,

Por ter crescido entre os pés de manga

Entre arames também fui protegida

Agora tu vens me pega e arranca.

Não faz mal, eu já ia ser atingida,

Pela estação de vento que emana,

As chuvas, tempestades e alarida.

Se me espocares por ente os teus dentes,

Por ti eu não ter sido guarnecida,

Sou tilanga, destrua minha semente!

fcemourao
Enviado por fcemourao em 19/11/2014
Código do texto: T5040634
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