CARACÓIS
A sós, caracol em mim,
Vagamos assim tão sós...
Nos ciclos em vão, sem fim,
Moinhos dentro de nós.
Que moem sonhos no rio
Disfarçado de bonança,
Quando à vera, é mar bravio,
Que tritura-nos à mós.
No enredo um calafrio
D’ inesperado carujo.
Pois certo é o fim do pavio
Que ilumina a esperança...
Tadinhos nós, caracol,
Por não sermos caramujo...
Obs.: Dedico este soneto a um amigo professor... Este, amigo, é um clássico heptassílabo. Os versos e as rimas foram [escavacados] do imo do "eu-lírico". Percebe-se a dificuldade que é compor em versos dessa grandeza. Aí há elementos tanto teóricos quanto transfrásticos... Desejo que você se delicie em sua leitura. Um forte abraço.
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