CARACÓIS

A sós, caracol em mim,

Vagamos assim tão sós...

Nos ciclos em vão, sem fim,

Moinhos dentro de nós.

Que moem sonhos no rio

Disfarçado de bonança,

Quando à vera, é mar bravio,

Que tritura-nos à mós.

No enredo um calafrio

D’ inesperado carujo.

Pois certo é o fim do pavio

Que ilumina a esperança...

Tadinhos nós, caracol,

Por não sermos caramujo...

Obs.: Dedico este soneto a um amigo professor... Este, amigo, é um clássico heptassílabo. Os versos e as rimas foram [escavacados] do imo do "eu-lírico". Percebe-se a dificuldade que é compor em versos dessa grandeza. Aí há elementos tanto teóricos quanto transfrásticos... Desejo que você se delicie em sua leitura. Um forte abraço.

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Professor Daniel Silva
Enviado por Professor Daniel Silva em 18/11/2014
Reeditado em 13/07/2015
Código do texto: T5040385
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