SONETO AO CORAÇÃO

Que o coração traia. Por ser infiel e profano.

Esqueça os sonhos que foram sonhados juntos.

E permaneça insensato; e fira outros tantos.

E caia na oculta e transparente armadilha do engano.

Que não fuja da raia ou então desapareça,

Depois de praticar um ato sórdido e impensado.

E já estando ferido, arrependido, machucado...

Queira aprender com o deslize, o erro – e cresça.

E deleite-se com o prazer pessoal. E cego,

Narcisista... embriague-se com o eu, o ego.

Sem pensar nas conseqüências dos seus atos.

E só depois, então, de acordar ao pesadelo,

Tente tornar-se um coração exemplar, modelo.

Porém vale lembrar: todos os corações são ingratos!

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 28/05/2007
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