SONETO AO CORAÇÃO
Que o coração traia. Por ser infiel e profano.
Esqueça os sonhos que foram sonhados juntos.
E permaneça insensato; e fira outros tantos.
E caia na oculta e transparente armadilha do engano.
Que não fuja da raia ou então desapareça,
Depois de praticar um ato sórdido e impensado.
E já estando ferido, arrependido, machucado...
Queira aprender com o deslize, o erro – e cresça.
E deleite-se com o prazer pessoal. E cego,
Narcisista... embriague-se com o eu, o ego.
Sem pensar nas conseqüências dos seus atos.
E só depois, então, de acordar ao pesadelo,
Tente tornar-se um coração exemplar, modelo.
Porém vale lembrar: todos os corações são ingratos!