Nunca fui teu gosto

Nunca fui teu gosto

(Soneto)

Quando um dia me vires não estou,

Mas estarei mais perto do que dantes;

Vais sentir porque fui e porque sou

Jorrar eterno igual ao de espumantes!

Sou tudo o que por ti nunca ficou,

Porque teus paladares, tão distantes

Sempre foram dos meus, e destoou

Tudo entre nós enquanto bons amantes!

Irás esquadrinhar o meu desgosto…

Então ao perceber que eu era tudo,

Quando daqui estiver por fim deposto.

E verás que afinal sempre fui mudo,

Porque escutar-me nunca foi teu gosto,

Ou mesmo contemplar meu conteúdo!

André Rodrigues 14/11/2014

Dom Poeta
Enviado por Dom Poeta em 17/11/2014
Código do texto: T5038184
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