Lamento!
Lamento, mas eu não ando disposto
A juntar algumas letras no papel
Eu bem que sei da sopa e do mel
Mas novembro não me veio como agosto.
Não quero letra vâ, a que blasfema
E assim sem nada pronto a ser composto
Fico no espelho a enxergar meu rosto
Que não reflete a imagem do poema.
Eu sei que é fardo grande o meu lamento
E insisto em não mudar o meu momento
Tampouco ver uns versos sem sentido.
As estrofes pedem as letras que hão em mim
Como a baterem em pedra dura, vão assim,
Então me curvo ao tilintar no meu ouvido.
Josérobertopalácio