O Fim
O Fim
(Soneto)
Pode ser hoje o último passeio
Que todo dou por esta maravilha;
Meu último Soneto ou Redondilha,
Que entrego a todos vós como meneio.
Aos poucos, a tristeza me espartilha,
Me espanca e vai deixando num anseio;
O meu semblante é lívido ermo feio,
Árida vida, horror que geme e rilha!
Mas nada sei do fim ou do desfecho!
Apesar de me ver cair – num trecho –
De me sentir por ele a ser palpado.
Pode ser hoje sim que tudo deixo,
Que tudo em mim se encerre e que me fecho,
Se assim ele quiser e for seu grado!
André Rodrigues 13/11/2014