“AMNÉSIA”
Hão de chorar por ti os cravos?
Ou por eles dentro de teu caixão?
Há de se ouvir gritos de bravos?
Por teus feitos ou não?
Quando se desenterrar os teus ossos,
O que estará a eles, junto?
Só as tábuas do caixão em destroços
Que são tua herança, ó defunto!
O desenterrador ao removê-los,
Dirá lamentando: - Nada somos!
Ao ver teu crânio sem os cabelos...
Carne, sangue e nervos a terra sorveu.
Enquanto vivos não nos opomos
A amnésia para com quem morreu.