Deixar que agora um muro seja emblema
E alívio a ingênuos pelo mesmo engano
Que o traz abaixo história feito lema
E slogan sobre o que se tem por dano.
Deixar que tombe um busto e a terra trema
Sob passos dos que entrando pelo cano
De novo sem supor qualquer problema
Após o fogo inútil ideal humano.
Deixar que a farsa por si só revele
Em boa hora o que há no fundo vale
De fumo que não cessa e o que há nele...
Deixar assim por ora em mera tela
À espera justa pela cor que fale
Verdade a quem não possa mais detê-la.