PERCO MEU AMULETO.

Confiei na barra da tua saia guardei meu alfinete,

Passado uns dias dei-me por mim sem o metal,

Então lembrei-me deste ambiente onde o guardei.

Tanto ofegante me desloquei ao vosso amparo.

Falei pra ti da minha angustia e da justa razão,

Fostes grosseira e não obstante tanto indiferente,

Não me acenastes boa vontade ou equivalente,

Logo senti profundo desconforto em meu coração.

Se os afetos lá no começo são apaziguadores,

Mas ficam estranhos conforme o tempo ruge,

Ganha o entrave da engrenagem com ferrugem.

Antes a beijar-te eu vasculharia tuas intimidades,

Mas isto agora representaria abuso e estupro,

Perco meu amuleto e de quebra se quer discuto.

LUSO POEMAS 28/12/14