Soneto irrelevante

Tentei definir o amor que te tenho,

Mas, não tenho nada que comprove.

Ao passo que este amor é água de engenho

Que nem a nuven mais tenra absorve.

É um tudo que me enxe e me move

Num infinito mar em que vou e venho.

Definir este amor em nada resolve.

O inexplicável é o nada que é tudo que tenho

Pra ti dar a todo momento qualquer.

Qualquer que seja as circunstâncias

O meu indefinível estaria pro que der e vier

Independente da nossa distância.

E este amor que não sabe o que é (mas sabe o que quer)

É pra ti essencialmente uma irrelevância.

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 27/05/2007
Código do texto: T503031