RIOS DO TEMPO
Um olhar afoga na profundidade das águas
reverbera o sentido que jamais reconhece,
é brilho que cintila o obvio, o real permanece
o que é falso, se encontra, no Rio que deságua...
Viver é navegar nas densas águas, ao vento
no curso esguelho, em linha reta, não há leme
o "flúmen" é a alma do Rio, vida que nos teme
pois segredos que nele habita, elucida ao tempo...
Homem e Rio, mistérios que não se decifram
o destino faz o Homem, a erosão muda o Rio
tudo então se transformam, migram, ou morrem...
A paz é seguir o curso do Rio, curso do Homem
deixar renascer da morte, o que a sorte nos roubou,
então encontrar nas águas, toda clareza do amor...