SEM UTOPIA...

Num mundo no qual se vale o que se tem,

No qual a forma aceita seja a externa,

E amor seja mera poesia sem alma terna,

Se desprovido de bens não seja ninguém.

No qual se gere a ideia do físico ter,

Como se essência fosse pura mentira,

Neste no qual o vil sem razão se atira,

Dispenso-me do desejo dele ser.

Nele sou passagem, sou efêmera alma,

Fantasma que vive sem paz e sem calma,

Apenas uma criatura que espera e expia.

Desejando que Deus sua mão dê a palma,

Livrando-me desta cruel res, meu trauma,

Nascendo no amor concreto, sem utopia.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 09/11/2014
Código do texto: T5029242
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