O MURO INTRANSPONÍVEL
Muros e muros há-os, sim, por todo o lado,
Incómodas barreiras incompreensíveis,
Quais veredas selváticas intransponíveis
No empedernido mundo agora acorrentado.
Eirados construídos mas inacessíveis,
Embalados num louco sonho desgastado,
Sem tempo de o voltar a ver reinventado
Ou mesmo vislumbrar destinos previsíveis.
Quantos muros e eirados no humano horizonte,
Mascarados de ideais e de cores pervertidas,
Perpassam pela vida em palco incandescente.
Urge transpor os frágeis pilares da ponte
Sugando as águas turvas sempre ressequidas
Na confluência de um olhar resplandecente…
Tu, ó Vaidade, que és o muro intransponível
E que debitas a miséria corruptível,
Estilhaça de vez tua crista repelente!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA