O INFERNO INCONSCIENTE

O pôr do sol é como pedra rubra

Que aclara o alto céu de cor vermelha,

Ao levantar da noite que aparelha

O silêncio de som que me descubra

A alma feito um ferrão de brava abelha!

Desejo o choque que o universo encubra

Como segredo em mente que me cubra

A mutação da luz que o corpo espelha...

Pois o vento de soltas mãos me atrai

Pelo horizonte de águas movediças,

Como uma estrada sem qualquer destino.

Sinto o louco universo como um pai

Que me acompanha em geniais preguiças,

De homem que o tempo viu perder o tino.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 09/11/2014
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