O INFERNO INCONSCIENTE
O pôr do sol é como pedra rubra
Que aclara o alto céu de cor vermelha,
Ao levantar da noite que aparelha
O silêncio de som que me descubra
A alma feito um ferrão de brava abelha!
Desejo o choque que o universo encubra
Como segredo em mente que me cubra
A mutação da luz que o corpo espelha...
Pois o vento de soltas mãos me atrai
Pelo horizonte de águas movediças,
Como uma estrada sem qualquer destino.
Sinto o louco universo como um pai
Que me acompanha em geniais preguiças,
De homem que o tempo viu perder o tino.
Ângelo Augusto