O ESCONDERIJO

Depois de orquestrar a ópera bufa,

Ele retornou ao seu esconderijo,

De onde pouco saiu, onde se escondeu,

Dali orquestrou o seu regozijo.

Depois de assassinar tantos sonhos,

Ele retornou à sua insignificância,

Ciente da sua obra, da sua comédia,

Como tenor mor sem importância.

Depois de ministrar tantas mentiras,

Tanto em cordões, como em tiras,

O bufão enganador assim repousa.

Depois de perambular travestido,

De monarca ter-se assim vestido,

Nessa mesma investida ainda ousa.

2.014