Ciclos (73)

Não temas, nunca, o amor, a chama e luz sagrada,
que vence a escuridão que, às vezes, nos habita,
por causa de uma dor que dentro o peito grita,
tornando a vida um fel, demais amargurada.
 
A vida traz a dor – mas é demais bendita –
depois de tanto amar, deixar de ser amada,
e prosseguir tão só, tristonha e amortalhada,
a carregar no peito o peso da desdita.
 
Até que um novo amor arrombe a nossa porta,
(depois de extrema dor e da alma quase morta),
jorrando intensa luz que a tudo regenera.
 
Os ciclos do viver, com tantas alternâncias,
ensinam-nos a ver que existem, sim, constâncias,
e mais feliz será quem menos desespera.
 
Brasília, 04 de Novembro de 2014.
 
Absinto e Mel, página 88
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 04/11/2014
Reeditado em 06/08/2020
Código do texto: T5023099
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