O MENINO E SEUS SONHOS

No puro profundo da límpida essência,

os sonhos cantantes, à plena constância,

entoam poesia em perfeita cadência,

erguida nos ventos que embalam a infância.

Ganhando existir de verdade em fascínio,

assim pirilampos com luz de xenônio,

despidos do nexo de austero domínio,

os sonhos dão meigos de anjinho ao demônio.

Menino e seus sonhos de si libertados

espalham encantos por eles criados,

regendo o condão da ilusão que os abraça.

E em torno de tal infantil fantasia,

há mortos, feridos no chão, na agonia,

é a gris realidade violenta que grassa.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 03/11/2014
Código do texto: T5021936
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