O MENINO E SEUS SONHOS
No puro profundo da límpida essência,
os sonhos cantantes, à plena constância,
entoam poesia em perfeita cadência,
erguida nos ventos que embalam a infância.
Ganhando existir de verdade em fascínio,
assim pirilampos com luz de xenônio,
despidos do nexo de austero domínio,
os sonhos dão meigos de anjinho ao demônio.
Menino e seus sonhos de si libertados
espalham encantos por eles criados,
regendo o condão da ilusão que os abraça.
E em torno de tal infantil fantasia,
há mortos, feridos no chão, na agonia,
é a gris realidade violenta que grassa.